Desassossego teve sua estreia no dia 31 de outubro na Bicicletaria Cultura e seguiu pelos dias 1, 7, 8, 21, 22, 28 e 29 de novembro.

Nos acostumamos a vida que vai e vem sem nem notarmos, das horas que passam fugidas, da realidade que parece tão verdadeira, nem nos damos conta de que estamos vivos. E então acontece, desassossego. Esse é um mísero momento de consciência. É aquele clarão de entendimento que fulgura e se esvai do mesmo jeito que veio, efêmero. Porém é quando tudo se faz, você pode sentir por um milésimo de segundo que seja que está realmente vivo, que a vida pulsa em cada parte do seu ser e isso é tão imenso que transborda tudo que parece real. Desassossego é um grito de consciência existencial.

Nascido de fragmentos poéticos de autores diversos, efêmera traz Desassossego à tona. Nossos personagens buscam sua singularidade, afetada pela visão deturpada e preconceituosa que a sociedade tem deles. Tentam se identificar como humanos, indivíduos sociais, no todo que tanto os rejeita. Nossos três personagens não tem nome, nem endereço, apenas acontecem nesse turbilhão de sensações que é a vida, enquanto atravessam tristezas e violências que sofrem por conta de toda rejeição social. Buscam encontrar seu desassossego, buscam estar vivos. Buscam, sendo Mulher, Homem ou Poesia, fazer parte do todo, singularmente.

fotos: Vitor Costa
Ficha Técnica: Direção e Dramaturgia de Ingrid Leandro | Design Cênico de Jefherson Luiz Maiczak | Arte Gráfica de Barbara do Nascimento | Com Ingrid Leandro, Jhon Booz e Joel Leitte